quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O valor das crenças

Quando somos crianças ensinam-nos os valores do sacrifício, do trabalho, do empenho, do suor do dinheiro. Incutem-nos a cautela, explicam-nos a racionalidade do "pé-ante-pé" nas escolhas na vida, a importância de pesar cada decisão tomada, para não sermos apanhados de surpresa a cada esquina mal dobrada.

E tudo isto é muito válido, e tudo isto é muito útil. Podemos guardar carinhosamente as crenças antigas, descobrindo sempre quais as que são válidas para cada um de nós em cada situação da vida.

O que muitas vezes se esquecem de nos ensinar é que, por vezes, é preciso simplesmente respirar fundo e confiar no caminho que o coração escolheu. Pode não ser o mais fácil, pode não fazer sentido para mais ninguém, pode parecer complicado, imbecil ou até completamente impossível... mas é o nosso, afinal. E se é o nosso caminho, como poderemos alguma vez esperar caminhar noutro?

Assim que conseguirmos ver (com os olhos do peito) aquilo que nos faz feliz, que nos alegra todas as manhãs, fazendo com que cumprimentemos a vida com um sorriso (mesmo nos momentos difíceis), aquilo que nos motiva, que realça os nossos dons, então... não há outra escolha senão seguir em frente. E continuar a ter fé, a confiar. Porque os obstáculos surgirão naturalmente. Para nos mostrar a importância das escolhas, para nos colocar no trilho certo para cada um de nós.

Quem tem a bênção de já se ter descoberto... tem de ter o self-respect de falar com o seu coração.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Energia

No universo nada é desperdiçado. Tudo tem uma função, ainda que sejamos demasiado pequenos/inconscientes/imaturos para a entender.

Isto não faz com que as coisas se tornem melhores. Saber que tudo tem uma função. Mas ajuda-me, por vezes, saber que eu não tenho de saber porque é que determinada coisa surge, saber somente que existe uma lição/um desafio que me fará crescer com ela.

Por vezes, atraímos as coisas a nós, seja pela forma como pensamos, por aquilo que dizemos, pelos padrões que criámos na nossa vida, pelas "mentiras" em que acreditamos. Outras vezes, o universo dá-nos aquilo que precisamos, mais do que aquilo que queremos. Se ambas as coisas são a mesma, não posso afirmá-lo convictamente. Suspeito, de uma forma muito pouco coerente, que sim.

Eu gosto de pessoas. Nasci com esta ânsia de ver luz nos outros. E vejo-a. Na maioria das vezes. Aplico a minha crença aos seres vivos. Não acredito que o universo desperdice energia. E nós temos tanta para usar...

A questão é a quantidade que utilizamos para fugir às coisas, nomeadamente à dor. Detestamos sentir dor. Procuramos o prazer, aquilo que nos faz bem. Mas continuamos a atrair o contrário, queixando-nos desmesuradamente da vida, dos outros, dos desafios. Vendo o pior no mundo e nas pessoas que nos rodeiam. Sentindo-nos sempre inferiores àquilo que realmente somos. Atraindo, por isso, o sofrimento. A prolongação de uma dor que está presente, mas à qual fugimos e por isso nunca chegamos a atravessar.

Não podemos fugir à dor. Faz parte da vida, de nós, da alegria, tal como a noite faz parte do dia, como a morte faz parte da vida, como o fim só surge quando há um início. Não podemos fugir à dor. Mas podemos afastar o sofrimento. Atravessando a dor, ficando lá, ouvindo-a profundamente e entregando ao universo essa energia. Pensando melhor, fazendo melhor, acreditando melhor, vendo melhor, falando melhor, amando melhor.

Podemos usar a nossa energia para gerar luz. Tudo o que precisamos de fazer é SER luz.

3

3 são os lados de um triângulo.
3 os pontos fulcrais do movimento aparente do Sol.
3 os elementos da trindade cristã.
3 os braços de um trishkel.

E 3 os membros fundadores desta Tribo. Shaman, Princesa e Guerreira que se (re)uniram neste ciclo de vida para espelhar a Luz.
Das conversas entre a Tribo nasceram as palavras-chave: 3.
3 palavras, 3 fases de mudança. Não importa qual é concluída primeiro porque todas são importantes e não comportam significado a não ser no seu todo.

Integrar, a palavra da Shaman
Reunir partes separadas. Torná-las parte do todo.
Integrado/Íntegro - o que está ciente da sua posição no mundo, do seu próprio centro e não pode ser desviado por forças exteriores.

Renascer, a palavra da Princesa
Renovar, (re)criar-se, voltar ao início.
Reconhecer com humildade que nada é garantido no mundo material, que não se é dono da verdade e que se pode sempre (re)aprender.

Inspirar, a palavra da Guerreira
Aspirar o ar da vida, absorver a Luz do sol na pele e a Luz do universo no interior.
Descobrir em si mesmo coisas que se pensava não existir ou capacidades que não se imaginava ter.

O início no Caminho da Luz não pode ser forçado. É preciso querer: ir em frente, evoluir, mudar, retroceder, parar, não importa. Essencial é saber que se quer prosseguir no Caminho ao seu próprio ritmo. A Tribo e os verdadeiros Caminhantes não obrigam, não forçam. Mostram, apenas. Partilham Luz e experiências, oferecem apoio, calor, ajuda. Mas o primeiro passo tem que ser cada um a tomá-lo sozinho.

Quando o conseguir, quando entrar no caminho de olhos e coração bem abertos, pronto a aceitar as 3 Verdades, as 3 Partes do Caminho, descobrirá em si mesmo a Quarta:
quando conseguir dentro de si
Integrar (as suas experiências)
Renascer (dispondo-se a recomeçar)
Inspirar (absorver Vida e Luz)
então poderá
Ser










Um. Uno com o Universo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Defeitos, Virtudes

Sou Guerreira. Não é o meu papel mostrar medo mas sim dominar o meu para que o dos outros não se agigante e lhes tolha os movimentos.
Gosto de dar o peito às vagas, de voar nas tempestades. Gosto de fazer frente aos obstáculos. Há quem veja esta forma de agir como errada. Mas fazer frente não quer dizer destruir - apenas encarar. Porque aquilo que não se conhece amedronta mais do que o que é conhecido.
Quantas vezes perdemos tempo evitando coisas, rodeando obstáculos bem de largo quando poderíamos tê-los contornado com mais facilidade - simplesmente observando-os e tirando-lhes as medidas primeiro?
Ok. Se calhar já meti "a pata na poça" ao falar em perder tempo. A Shaman da Tribo acredita que há um tempo para cada coisa, que surgirá quando tiver que ser. E eu respondo-lhe que se tiver tempo extra para me preparar será mais fácil. E a Princesa ri-se destas trocas de pontos de vista.

Concordamos em discordar, na Tribo. Somos necessariamente diferentes porque temos feitios diferentes, experiências diversas, vivências diferentes neste tempo e nos anteriores. É saudável aceitar a pluralidade porque nenhuma tenta impôr o seu ponto de vista pessoal às outras. E é frequentemente do debate que nasce a Luz que todas procuramos.

Isto tudo a propósito de defeitos e virtudes. O que é defeito para uns pode ser virtude para outros. Basta que o ponto de vista seja diferente ou a escala em que as acções são medidas e avaliadas. Eu gosto que me indiquem os meus defeitos - pontos de imperfeição, nódoas no vidro que me impedem de ver a Luz, nuvens cinzentas num céu que se quer límpido. Gosto que mos indiquem. Não que me acusem como se estivesse a ser julgada. E que em qualquer dos casos me permitam falar disso se assim o entender em vez de me condenar sem apelo.
Falo disso com à vontade porque já o senti na pele. Oh não, não venho para aqui lamuriar-me! Venho, como sempre, partilhar experiências que vivi no Caminho.

Já me acusaram de ser ambiciosa - Não vejo nada de errado na ambição, se não for usada ou servir de desculpa para prejudicar os outros. Porque não podemos querer ser melhores pessoas, melhores pais/mães, melhores profissionais?

Já me acusaram de ser competitiva - Tal como a ambição, se a competição for saudável no sentido de proporcionar um desafio a superar nos nossos próprios termos e sem fazer batota, também não vejo qualquer problema com isto.

Já me acusaram de ser desconfiada - Se calhar, ao que os outros chamam desconfiança eu chamo cuidado. É meu dever, como Guerreira, Mãe, Ser Humano, zelar para que os que estão à minha guarda permaneçam incólumes. E se isso implica não acreditar em todas as patranhas que pessoas que não conheço me queiram impingir, faço-o - e podem chamar-me desconfiada à vontade.

Já me acusaram de ser arrogante - Esta foi talvez a mais custosa de entender. Mas acabei por perceber que há quem veja como arrogância a capacidade de saber o que se vale e de avaliar o que se sabe; de medir o que nos querem dar, vender ou impingir e comparar com o que já temos, decidindo aceitar ou rejeitar a oferta/imposição.
Talvez apenas neste aspecto possa admitir que possuo algo que se assemelhe à arrogância: quando não reconheço a outras pessoas o direito de me proselitizar, de me impôr as suas visões baseadas na sua própria noção do que é ou não verdade, de me obrigar a venerá-las como donas de uma verdade absoluta que querem aprisionada e sob o seu controle. Quando as chamo, a elas próprias, de arrogantes e lhes viro as costas.

Disse há muitos séculos o filósofo que só sabia nada saber. Eu sei que palmilhamos todos o Caminho da Luz - uns mais depressa do que outros, correndo enquanto outros gatinham; uns com palas que os impedem de ver as flores na berma, outros completamente cegos e tendo que ser levados pela mão, outros ainda caminhando de costas pois receiam a luz. E há também os que se afastam.
Temos formas diferentes de andar, correr, olhar, parar. Formas diferentes de abordar problemas, de fazer sentir aos outros que possuem uma característica que pode ser melhorada - sem necessariamente fazê-los sentir-se ainda mais imperfeitos, ainda mais insuficientes.
Todos, todos, somos imperfeitos, meros caminhantes, iguais perante a Luz.
Só a Luz é Universal.

As lições mais difíceis

Uma das grandes lições que me são pedidas é a da confiança. Confiança de que tudo acontece quando e como deve acontecer, confiança de que o amanhã se resolverá por si só, confiança em que o Universo sabe o que faz.

E se, no coração, reconheço estas como verdades indiscutíveis, é-me dificil, no entanto, abraçá-las nos momentos em que as esperanças se desvanecem no vento e os sonhos são rasgados diante dos olhos. Afinal, sou humana. E, para mais, mulher. Com muito gosto, sim senhora.

Mas não, não desespero. Porque sei que há outros dias, melhores sonhos, e que os obstáculos se destinam a fazer-nos crescer, aprender, melhorar. E se é verdade que há um momento pequenino em que as lágrimas inundam a face e o coração se parece desfazer no peito não é menos verdade que continuo, ainda assim, a acreditar que a vida me trará o meu maior desejo, quando for a altura perfeita para tal.

Afinal, se os obstáculos não fossem altos, fortes, rugosos, qual seria a dificuldade em transpô-los? Como aprender a levantar se não cairmos? A acender a luz se não houver escuridão? A acreditar se não formos postos à prova?

Por isso, coração, mais uma vez te abro ao Mundo, solto a dor e a deixo ir, amargurada e ferida. Grito, e rasgo-me, e depois sossego e embalo-me na certeza de que o teu desejo permanece em mim, o merecimento existe, e o Universo há-de me piscar o olho com amor.

Após o embate, saio fortalecida. Confiante. Afinal, sou capaz de aprender.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O elefante Acorrentado

Quando eu era pequeno, ficava encantado com o mundo mágico do circo.
Entusiasmava-me poder ver de perto cada um dos animais que viajavam em caravana de cidade em cidade.

Durante o espectáculo, tudo me parecia maravilhoso e deslumbrante, mas a aparição do elefante era sempre o meu momento preferido. O enorme animal dava mostras de uma destreza, tamanho e força impressionantes. Era evidente que um animal daqueles seria capaz de arrancar uma árvore com um simples puxão. No entanto, para minha surpresa, depois de cada actuação, o pessoal do circo prendia o elefante a uma pequena estaca simplesmente cravada no solo. Isto era para mim um grande mistério.

Embora a corrente fosse grossa e forte, um animal capaz de deitar abaixo um muro com a sua força poderia facilmente libertar-se da estaca e fugir. O que é que prendia o elefante? Porque não fugia?
Quando eu tinha cinco ou seis anos, ainda acreditava que as pessoas crescidas sabiam tudo. Assim, questionei os professores, o meu tio e a minha mãe sobre o mistério do elefante.
Eles explicaram-me que o elefante não fugia porque estava amestrado. Como é lógico, perguntei-lhes então:
— Se está amestrado e por isso não foge, porque é que o acorrentam?
Ninguém soube responder-me a essa segunda pergunta.

Muito tempo depois, uma noite, conheci alguém muito sábio, que tinha viajado pela Índia e que me ajudou a encontrar a resposta.
O elefante do circo estava acorrentado a uma estaca desde muito, mas muito pequeno. Recordo que fechei os olhos e pensei no pequeno elefante recém-nascido preso à estaca. Imaginei-o empurrando e puxando a estaca, dia após dia, tentando soltar-se.

Quase podia vê-lo adormecer todas as noites esgotado pelo esforço, pensando voltar a tentar na manhã seguinte. Tudo era inútil: a estaca era demasiado forte para um animal recém-nascido, mesmo tratando-se de um elefante.
Até que um dia, o mais triste dos dias da sua curta vida, o elefantezinho aceitou que não podia libertar-se e rendeu-se ao seu destino.

Compreendi então porque razão o enorme e poderoso elefante que eu via no circo se deixava ficar acorrentado: estava convencido de que nunca conseguiria libertar-se da sua estaca.
O pobre animal tinha o fracasso gravado na sua memória de elefante e nunca, nunca mais, tinha voltado a pôr à prova a sua força.

Algumas noites sonho que me aproximo do elefante acorrentado e lhe digo ao ouvido:
— Sabes, tu pareces-te comigo. Tu também acreditas que não podes fazer algumas coisas só porque uma vez, há muito tempo, tentaste e não conseguiste. Tens de perceber que o tempo passou e hoje és mais forte do que antes. Se quiseres mesmo libertar-te, tenho a certeza de que poderás fazê-lo. Porque não tentas?

Às vezes, acordo a pensar que um dia o meu elefante finalmente tentou e conseguiu arrancar a estaca Então, sorrio e imagino que o enorme animal continua a viajar com o circo porque gosta muito de divertir as crianças, embora, obviamente, já não esteja acorrentado.

Jorge Bucay

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O aguadeiro e os dois potes


O aguadeiro ganhava a vida a carregar água, utilizando dois potes grandes, pendurados nas pontas de uma vara, que ele apoiava no pescoço. Todos os dia era este o trabalho daquele aguadeiro: carregar os potes de água, do poço até à casa do seu patrão.


Um dos potes tinha algumas rachaduras, enquanto o outro era perfeito. Quando o aguadeiro chegava a casa do seu patrão, depois de uma longa e penosa viagem, um dos potes estava cheio, enquanto o pote rachado trazia só metade da água. Esta foi a sina que se repetiu ao longo de dois anos... o aguadeiro a entregar um pote e meio de água na casa do seu patrão.


O pote que era perfeito estava orgulhoso da sua façanha. O outro, porém, cada vez vivia mais envergonhado da sua imperfeição, por se sentir incapaz de produzir tanto quanto o outro. Depois de carregar durante dois anos esse sentimento de culpa, o pote rachado desabafou a sua amargura com o aguadeiro, na beira do poço:


"Estou envergonhado... e quero pedir desculpas..."


"Desculpas, porquê?" – Perguntou o homem.


"Nestes dois anos, apenas consegui chegar ao destino com meia carga de água, pois estas rachaduras fazem com que ela vaze pelo caminho. Por causa deste meu defeito, tu precisas de fazer mais viagens a carregar água e isso aumenta o teu trabalho..."


O homem ficou triste e compadecido daquele velho pote... e disse:


"Quando regressarmos a casa, quero que prestes atenção à beira do caminho."


De facto, à medida que iam subindo a montanha, o velho pote rachado foi percebendo uma trilha de flores, exuberantes e belas, na beira do caminho. Achou lindo... pois nunca tinha reparado nelas... mas isso ainda não foi suficiente para o fazer esquecer a sua angústia e, no fim da viagem, novamente pediu desculpas ao aguadeiro pela sua imprestabilidade. E o aguadeiro, paciente, explicou ao pote:


"Notaste que ao longo do caminho, havia uma trilha de flores... e essa trilha era apenas do teu lado. De facto, quando eu percebi as tuas rachaduras, logo nas primeiras viagens, tirei proveito desse teu defeito e resolvi lançar sementes ao longo do caminho. Cada dia, ao passar, a tua rachadura deixava vazar água que regava as plantas. E, durante estes dois anos, eu tive a possibilidade de sentir o perfume das flores e apreciar a sua beleza, enquanto fazia o meu trabalho!"

adaptado de "A inutilidade do sofrimento", Maria Réyes

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Gente estranha

Gente estranha, essas bruxas...

É gente de conteúdo interno que transcende a compreensão medíocre, simplória. É gente que tem idealismo na alma e no coração, que traz nos olhos a luz do amanhecer e a serenidade do ocaso. Tem os dois pés no chão da realidade.
É gente que ri, chora, se emociona com uma simples carta, um telefonema, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago. É gente que ama e curte saudades, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais, admira paisagens. A poeira traz lembranças de chão curtido de sonhos passados... Escuta o som dos ventos. Dança a dança do mundo pelo simples prazer de dançar...
É gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternura, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si. Emoções que fluem naturalmente de dentro do seu ser !! É gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam. Gente que semeia, colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.

Gente muito estranha essas bruxas....

Gente de coração desarmado, sem ódio nem preconceitos baratos. Gente que fala com plantas e bichos. Dançam na chuva e alegram-se com o sol. Cultuam a Lua como Deusa e lhe fazem celebrações....

Eeeehhhh!!!!! Gente muito estranha essas bruxas.....

Falam de amor com os olhos iluminados, como um par de luas cheias... Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, tem a mesma energia das grandes marés, que vão e voltam numa harmoniosa cadência natural. Apanham e assimilam os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentoras suas lágrimas e sofrimentos. Amam como missão sagrada e distribuem amor com a mesma serenidade que distribuem pães. Coragem é sinônimo de vida, seguem em busca dos seus sonhos, independentemente das agruras do caminho. Essa gente vê o passado como referencial, o presente como luz e o futuro como meta...

Gente estranha essas bruxas....

Acreditam no poder do feminino, estão sempre fazendo da maternidade a sua maior magia e através da incessante luta pela paz, chegam à divindade de existir pelo amor da Grande Mãe, a natureza. Da mesma forma que produzem-se num belíssimo visual, de elegância refinada com as raias da vaidade, se vestem como verdadeiras bruxas medievais, a caminho do patíbulo... Iluminam o corpo físico de beleza e jovialidade com habilidade mágica, e com facilidade transformam-se, permitindo-se um sóbrio aspecto de velha senhora, a depender da lua nos seus espíritos....

Cultuam as sagradas tradições como forma de perpetuar as leis que regem o universo, passando de geração para geração a fonte renovadora da sabedoria milenar. São fortes e valentes, ao mesmo tempo humildes e serenas. São leoas e gatinhas....

São muito estranhas as bruxas......

Com a mesma habilidade que manuseiam livros codificados, trabalham com panelas e vassouras.... São aventureiras e criam raízes, dançam rock, valsa e polka, danças sagradas....e inventam o que precisa ser inventado !!!! Criam e recriam... Contam contos e estórias de fadas e carochinhas...contam suas próprias histórias... Falam de generosidade em exercício constante, buscam a plenitude como propósito...

Interessante essa gente, essas bruxas....

Se obrigam tarefas, de evoluir, de amar, de dividir...falam de desapego em plena metrópole, em meio a tecnologia... Cantam mantras e músicas populares, mas se emocionam com as folclóricas... Mexem com ervas e chás, são primitivas e avançadas. Pulam da mesa do rei para um abrigo montanhês, com o mesmo sorriso enigmático de prazer e sabedoria que iluminava a face das suas ancestrais. Degustam um pão artesanal, receita medieval da velha senhora das montanhas, com a mesma gula que teriam em um banquete cinco estrelas, com pães ultra sofisticados, daquela celebridade da cozinha francesa... Amam em esteiras e em grandes suites, desde que sejam felizes, pois ser feliz é sempre a única condição dessa gente estranha...

É gente que compra briga pela criança abandonada, pelo velho carente, pelo homem miserável, pela falta de respeito humano... É gente que fica horas olhando as estrelas, tentando decifrar seus mistérios...e sempre conseguem... Gente que lê em fundos de xícaras, em bolas de cristal, tarot, com pedras, na areia, nas nuvens, no fogo, no copo d’água...

São muito estranhas !!!!!!

Oram para elementais, anjos e gnomos. Falam com intimidade com os Deuses e lhes chamam para um círculo, fazem fogueiras e dançam em volta. Viajam de avião, a pé, de carro e em lombos de animais, agradecendo pelas oportunidades que a vida lhes dá... aliás, essa gente estranha agradece por tudo, até pela dor, que chamam de mãe, pois acreditam que é a forma mais rápida para a evolução...Se reúnem em escolas iniciáticas que chamam de coven, para mutuamente se bastarem, se protegerem e se resguardarem, resgatando valores e estudando...

Muito estranhas são as bruxas...

Mas estranha mesmo é a fé que as mantém vivificadas ao longo de cinco mil anos... Que seja abençoada toda essa gente estranha.. Desconfio que é deste tipo de gente que a DEUSA precisa para o terceiro milénio....



Autor desconhecido

O espantoso poder das palavras


A cada dia me maravilho mais com o poder energético contido naquilo que dizemos, escrevemos, pensamos, e nas formas como a linguagem influencia o ser humano.

As palavras podem criar mundos no nosso interior, despertar memórias escondidas, conduzir-nos na auto-descoberta, podem oferecer consolo, conforto, afecto, companhia, podem excitar-nos os sentidos ou a mente, abrir-nos as portas ao conhecimento, fazer-nos crescer, amar, rir, sorrir, acreditar.

As palavras são mágicas, quando nos embalam a alma e são ditas com amor, são recheadas de paz, de simbolismo, de altruísmo, de simpatia, empatia, de carinho, e nos enovelam no perfume da pertença, do reconhecimento, na carícia do toque falado.

Se assim é, porque insistimos em fazer desta magia um instrumento aguçado destinado a magoar, quebrar, ferir, aniquilar, rasgar, sem sentimento, sem bondade, sem compreensão, sem réstea de amor e luz, os outros?

Dir-me-ão muitas vozes que assim é porque nos limitamos a responder a quem, efectivamente, nos magoou. Que a acção parte do outro, que é ele quem nos fere e nos limitamos a responder com a reacção adequada a quem sofre. E, provavelmente, na maioria das vezes, assim é. Porque somos humanos, temos emoções humanas e reagimos ferozmente a quem nos magoa, criando um círculo de dor que só pode ser quebrado de uma forma: com amor.

O amor que temos por nós mesmos, e nos permite afastar daquilo que nos faz mal, sem culpa.

O amor que temos pelos outros, que sabemos não estarem no nosso caminho, ou não terem a nossa energia, ou simplesmente terem terminado a sua caminhada nas nossas vidas (com aquilo que lá acrescentaram, sejam obstáculos e desafios sejam vias rápidas e atalhos), o amor que nos leva a libertá-los para que sigam os seus próprios passos, sem lhes causar dor com palavras de rancor, ressentimento, ira ou mágoa.

No fundo, podemos escolher, sabendo que aquilo que espalharmos retornará para nós inevitavelmente.

Traçamos o amor no peito dos outros ou perduramos na mágoa, rasgando-nos também a nós?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Aceitação


Aceita.
Aceita quem nem sempre estarás ao nível das tuas expectativas exageradas.
Que por mais que sejas, por mais que faças, nem todos os dias sentirás o sol no rosto.
Aceita que, ainda que tenhas percorrido muitas milhas, uma queda parecerá um retrocesso sempre maior. E não é.
E que os teus ponteiros "não sintonizados" nem sempre funcionarão como queres.
Aceita.
Que a tua imperfeição faz parte da tua aprendizagem. Que os teus medos, as tuas fúrias, a tua insegurança, acompanhar-te-ão até se tornarem teus amigos. E só depois começarão a surpreender-te menos. Aceita-os.
Aceita-te assim... feliz, triste, zangada/o, iluminada/o, sombria/o. Aceita que és sempre, mas sempre maior do que isso.
E que a tua humanidade é perfeita.
A melhor altura para trabalhares a aceitação é quando não te sentes digno/o desse amor maior.
Porque é exactamente essa a aprendizagem.

terça-feira, 6 de julho de 2010

truir: Cons/Ins em vez de Des

Olhamos à nossa volta e vemos constantemente pessoas a criticar outras.
Sim, por vezes pode existir realmente uma boa intenção por trás dessa crítica - mas nem sempre a forma acompanha a ideia.

Antes de mais, lembro-me de ler ou ouvir em qualquer lado que, antes de fazermos uma crítica, devemos calçar os sapatos da outra pessoa e caminhar uma milha com eles.
Nessa altura já saberemos como são os sapatos, qual o caminho que trilha. Saberemos onde tropeça e o que lhe dói.
E, sinceramente - se descobríssemos por experiência própria que os sapatos da pessoa que criticamos lhe criam bolhas dolorosas, seríamos assim tão céleres a criticar a sua má disposição? Se descobríssemos que todos os dias trilha um caminho poeirento entre silvados criticaríamos a forma como se veste? Se soubéssemos que o pouco dinheiro que tem terá que ser dividido para comer e dar de comer aos seus, bradaríamos em protesto porque nunca aceita um convite dos amigos para almoçar fora? Ou teríamos ainda coragem de bichanar que nunca oferece presentes aos colegas?

Criticamos, na maior parte dos casos, sem conhecer - essa é a verdade. E também é verdade que dificilmente reconhecemos este facto. Fazemos juízos de valor sem conhecer as pessoas em causa apenas baseados no que vemos, no que nos dizem delas.
Que direito temos então de proferir opiniões? De criticar, a menos que a nossa crítica feita correctamente possa ser algo de positivo para a pessoa?

Então vamos mais além, agora!
E quando criticamos quem de facto conhecemos? Fazemo-lo correctamente?
Fazemo-lo com o intuito de construir, de instruir? Ou de destruir?
Dizemos as palavras que são necessárias ou as que nós queremos ouvir?
Seremos capazes de guiar quem está a cometer um erro corrigindo-o/a com gentileza, mesmo que tenhamos que ser firmes? Ou por medo de o magoar deixamos que um amigo cometa um erro?

Ser amigo é aceitar a diferença e (con)viver com ela. Saber que poderemos ser chamados à responsabilidade de chamar a atenção de um amigo - não porque queiramos mandar na sua vida mas porque lhe queremos bem. E aceitar que o amigo possa ter uma opinião diferente da nossa.
Temos que aceitar que o amigo não aceite a nossa crítica. Que não acredite nas nossas palavras. Mas temos também que ter o coração bem grande para abraçar esse mesmo amigo se a sua opção correr mal, sem cair na tentação de o repreender com um "eu bem te disse". E não nos podemos divorciar deste dever para com um amigo, mesmo que saibamos que não vai ligar, que não vai ouvir, que vai levar a sua avante.

Criticar, sim - mas com firme gentileza. Ajudar o amigo a aperceber-se do que pode acontecer no caminho que escolheu. Ajudar construtivamente. Instrutivamente. Nunca destrutivamente. Pois que raio de amigos seremos nós se, mesmo que seja com boa intenção, magoamos aqueles a quem queremos bem?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Together, one day


Ingénua. Aluada. Inocente. Crédula. (sussurros nas bocas dos outros)

Porque acredito que, como diz a música de que tanto gosto,

"one day we'll be together,
we'll never be apart,
one heart, one mind".

Daqui a anos-luz, talvez. Por certo não assistirei com estes olhos castanhos, mas a alma lá estará, regozijando-se, vibrando deste Amor que já tenho pelo Universo, pelo Todo que todos juntos somos.

Porque
"I believe in You"

lembrem-se...
"one day we'll be together
remember this old World
is Yours and Mine".

Um dia, olharemos uns para os outros e iremos reconhecer-nos como a grande Família que somos. Veremos as viagens da alma no centro do peito, em vez das capas com que nos cobrimos. Semearemos o respeito pelas diferenças, celebraremos o Amor recém-descoberto. E a Vida será Alegria e Paz. Se não acreditarmos e lutarmos... quem o fará?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Escolhas

Quando nos encontrámos, as 3 juntas, numa das muitas encruzilhadas que a vida nos apresenta, de imediato nos identificámos como sendo portadoras de diferentes essências de Luz: uma Princesa, delicada, aberta ao Amor e à Comunhão Universais, uma Shaman, sábia guia de reflexões e hábil condutora de energia, e uma Guerreira, ansiosa por Paz e pronta a abrir trilhos no desconhecido.

As minhas irmãs têm falado sobre os caminhos, os passos, as metas. Como alguém que ainda está longe do esclarecimento, opto por falar das escolhas.
Há quem diga que, antes mesmo de nascermos, de sermos incorporados no invólucro de carne que nos irá acompanhar nesta passagem pela Terra, os nossos caminhos já estão traçados.
Eu discordo. Não acredito que houvessem caminhos traçados para o mal, e no entanto todos conhecemos casos de pessoas os trilharam - e, o pior de tudo, com gosto.
Não, eu acredito que quando nascemos nos são proporcionados dons e habilidades; que o ambiente em que crescemos tem o seu peso na capacidade que temos de os usar; e que, em última instância, somos os únicos responsáveis pela forma como os usamos.

Há muito que me pautei por um caminho de respeito ao próximo, de lealdade àqueles que me apoiam e aos que dependem de mim, de sinceridade e frontalidade até mesmo na hora de assumir os erros.

Vim a descobrir mais tarde que estas balizas de referência que me habituei a seguir fazem há muito parte do Bushido, o Caminho do Guerreiro, habitualmente associado aos Samurai.
O desejo último do guerreiro é sempre a paz, mas para o conseguir está disposto a enveredar pelo caminho da força se sentir que isso é necessário. Nesse caminho deve integrar as sete virtudes do Bushido: Rectidão, Coragem, Benevolência, Respeito, Honestidade, Honra e Lealdade.

Não quer isto dizer que não me questione.
Não quer isto dizer que não tenha dúvidas ou desconforto.
Mas é, ainda assim, um caminho que posso proclamar que escolhi e que confio que me levará à Luz.
Sei que sou imperfeita, como qualquer humano o é. Questiono a validade das minhas opções e por vezes desejo ter escolhido de forma diferente em determinada altura. Pode perfeitamente acontecer que este mesmo caminho seja o que me levará mais tempo a atingir a iluminação espiritual.

É exactamente por isto que tento reflectir sobre o que sou, o que faço e o exemplo que dou. Nas minhas conversas com as minhas irmãs de caminho, partilhei com elas o meu desconforto. É que, da forma que vivo presentemente, vejo (com o coração) que demorarei muito tempo a alcançar a Luz, porque me sinto insatisfeita. Há desejos no meu interior que tento adormecer, atenuar, amordaçar. Desejos que sei que, acordados e libertos, me fariam (mais) feliz. Mas o respeito e lealdade a que me tenho obrigado comandam-me que os domine.

O Budismo, fortemente contido nas palavras do pensador Osho, recomenda que nos libertemos do desejo. De todo o desejo, pois este causa sofrimento.

Lamento - e peço desde já desculpas a todos os que seguem os ensinamentos de Osho - mas não concordo. Não vejo qualquer mal no desejo de sermos melhores no que fazemos; no desejo de fazer mais pelos outros; no desejo de ir mais longe. Desde que tudo isto não surja por pura vaidade e ambição de vã glória, não vejo mal absolutamente nenhum em desejar Ser e Estar mais próximo do Universo.
É aqui que eu estaco - por causa da teimosa lealdade que considero minha. Ser leal, para mim, não é apenas não magoar; é apoiar quem detém a nossa lealdade, mesmo que isso nos custe. Dizem-me que devo ser leal, em primeiro lugar, a mim mesma, pois ao aproximar-me mais da Luz terei mais para partilhar. Mas há muitas alturas em que a lealdade para com outros tem precedência, sobrepõe-se à que devo ter ao meu Ser, obrigada pelo sentido do Maior Bem para o maior número.

Sei que com isso não estou a dar um mau exemplo: que por vezes devemos sacrificar o nosso desejo pessoal, por muito honorável que seja, no altar do Bem Maior, que o benefício da comunidade deverá sobrepor-se ao do indivíduo.
Mas se o fizer, não estarei ao mesmo tempo a demonstrar que se deve negar a lealdade para com nós próprios se isso for bom para os outros? Que devemos se necessário deixar tornar mortiça a nossa luz interior se isso proporcionar um maior bem para "os nossos"?

É este o meu desconforto, a minha dúvida, o meu tropeço no caminho para a Luz: onde focar a primazia da lealdade?
No Eu, permitindo ao Ser maximizar e utilizar todos os dons que lhe foram facultados para prosseguir no caminho Universal? Ou nos Outros, colocando esses mesmos dons (ainda que privados de possibilidade de evolução) ao serviço do Bem para o maior número?
A lealdade não pode permanecer dividida, sob pena de se quebrar a favor de um dos lados, seja ele qual for. Quando quebrar, o outro lado irá sentir a perda. E questionar.

Tal como eu agora me questiono, insegura - e adio a escolha.

Aprender a ouvir-nos

Amo a experiência da Vida, e aquilo que ela me traz a cada dia.
A cada amanhecer, o nada, para preencher de tudo ao longo das horas que passam; a cada entardecer, o enriquecimento dos passos trilhados e da sabedoria acumulada.

Aos poucos, descobri que muitas vezes desejamos e activamente perseguimos metas e destinos que pensamos virem a ser oásis de felicidade no meio do deserto que nos parece ser a vida sem eles... por vezes, ao chegar ao destino ambicionado, acabamos por compreender que atraímos tão somente aquilo que o ego nos pedia, e que a satisfação dos sentidos dura apenas um momento, fugaz e leve.

Como sabemos, então, o que é certo ou errado para nós?
Bem, eu adoptei um método muito simples, mas muito verdadeiro (embora às vezes custe admitir a verdade das coisas): escuto o meu coração. Ele sabe o que me eleva e o que me trai o vôo. Conhece bem as minhas fraquezas e orgulha-se das minhas qualidades. Enfim, ele conhece-me como ninguém. E quando realmente páro para lhe dar voz, esta voz interior que me ressoa no peito, sei que a resposta será a mais certa para mim.

Por mais que queira fugir, por mais que o medo me possa tentar para caminhos mais fáceis, sei que mais cedo ou mais tarde o meu coração se fará ouvir, quando o ruído do Mundo o permitir. E aí estarei segura.

terça-feira, 15 de junho de 2010

É do caminho ou são os passos?

Se há algo que sinto - algumas vezes em mim - mas também em toda a gente, é que o trilho que percorremos não é, na maioria das vezes, aquele que sonhámos para nós! Mas será assim?

Nem sempre somos felizes com que fazemos, com o que temos ou com o que somos. E, nesses casos, podemos procurar fazer melhor, ter mais ou ser diferente. Ou então, fazemos o que sempre sonhámos, temos o suficiente, somos quem achamos que gostamos de ser. Mas ainda assim, o acordar é difícil. A antecipação do dia faz-se com pesar. E tudo parece uma correria louca, um jogo de equilíbrios entre tudo o que fazemos e tudo o queremos fazer. O que fazemos por culpa e o que não fazemos por falta de tempo.

E hoje de manhã questionei-me? Será do caminho ou dos passos que damos?
Serão as nossas escolhas as erradas? Ou somente a forma como as vivemos?

Ouvi tantas e tantas vezes - ama o que fazes, e rapidamente farás o que amas! Reconhece aquilo porque te sentes grata, no lugar de chorares o que não tens?

Mas quantas e quantas vezes nos esquecemos disto? Quantas vezes nos centramos no que não é, no que está mal, que não funciona? É tão fácil queixarmo-nos de não ter tempo. Mas quantas vezes nos questionamos sobre o que fazemos com o nosso tempo? Como o aplicamos? Como o vivemos? Damo-nos conta do aqui e do agora nas mais pequenas acções? Como a minha irmã guerreira dizia, no outro dia, o tempo vive-se!

Vives o teu?
Aprecia-lo?
Sentes grato/a?
Fazes o melhor que podes com aquilo que te é dado?
Reconheces a centelha divina de que és feito/a?
Ouves com respeito os desejos e desígnios da tua alma? Segue-los?

Seguir a nossa alma é o caminho! Mas quando os passos não são vividos, apreciados e não nos sentimos gratos por eles, é tempo de parar e esperar pela nossa sombra! E disfrutar cada segundo desse tempo!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quantidade vs Qualidade

"A quantidade prejudica a qualidade do nosso empenho."
Jonathan Haidt

Podemos receber muita informação, ler muitos livros, ter muitos mestres... mas se não dedicarmos um pouco do nosso dia a aplicar uma ínfima parte da teoria que aprendemos, teremos muito conhecimentos e muito pouca sabedoria.

Não é aquilo que sabes. É o que fazes com aquilo que sabes.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Passos pisados


Quando olho para trás, apercebo-me que passei grande parte do caminho e utilizei muita da minha energia fugindo de mim mesma.

Não o digo com culpa, até porque nenhuma criança de dez anos compreenderia um mundo invisível de presenças etéreas, energias não palpáveis e sussurros nos vãos das portas.

Mas, na verdade, corri por vielas mal iluminadas e caminhos ásperos para fugir deste medo de me assumir como sou, de perceber este destino que eu própria (sem o saber conscientemente) aceitei, talvez porque é difícil ser diferente, talvez porque é difícil ser "bruxinha" num mundo de regras tão rigidamente definidas.

Claro que o Universo, na sua perfeita sabedoria, e através de um processo de crescimento interior que continuo a percorrer, acabou por me fazer ver que não há forma de fugir aos nossos pés... por isso aqui me encontro, numa conversa comigo mesma há muito adiada, e numa tentativa de afastar a contínua insegurança de que me contamina um ego bem regado de temores.

Tenho muito a aprender, a absorver, a conhecer. Gosto disso, sempre gostei. Mas a minha maior inimiga sempre fui eu, a boicotar-me com inseguranças, das quais continuo (confesso) muito amiga.

Sei que é minha escolha nutrir-me ou não com aquilo que me engrandece, me alimenta, me faz voar, crescer, ser Maior, cumprir a minha missão. E todos os dias luto para afugentar as vozes que me sopram ao ouvido que não sou ninguém especial, porque sei que são apenas produto destes meus medos.

De coração aberto, quero (e escolho) ser feliz. Amar, e ser amada, em verdade, confiança e liberdade.

Quero dar o Amor Universal que sinto existir nesta minha alma errante.

Por isso, Universo... alumia-me!

O caminho menos percorrido

Um livro extraordinariamente lúcido, perfeito para quem se inicia neste caminho de recordar quem é, ou para quem já o percorre.

Fala de amor, de graça, de responsabilidade. E começa com esta tão simples frase: "A vida é difícil. "

Não como um drama, não como uma queixa. Somente como um dado adquirido, para que daí possamos criar o nosso melhor, assumir responsabilidade pelas nossas escolhas e por quem somos. Sem devaneios.
Integrar a espiritualidade no dia a dia. E percorrer o nosso único e tão especial caminho.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Tempo de...

Há quem se queixe de não ter tempo para nada - e quem se gabe de ter tempo para tudo e ainda sobrar.

Mas o Tempo não é algo que se tenha. Vive-se.
Flui à nossa volta se estivermos parados, sob a nossa quilha se decidirmos navegar ao seu sabor.
Quem já se tenha apercebido desta verdade - de que não somos donos do Tempo - sabe que ele é universal, abrange tudo embora de formas diferentes.
É assim que há um tempo para cada coisa, para cada lugar. Podemos é - nós, os ainda não esclarecidos - não saber o quando ou o onde.

Ser um não esclarecido não é um defeito: é uma condição remediável, a da ignorância em relação a certas questões. E, tal como a ignorância em geral, pode ser colmatada com vontade própria e muitas vezes com ajuda dos outros.

Atarefada com tantas coisas que dizia não ter tempo, fui como o Coelho Branco da Alice, correndo de um lado para o outro sem chegar de facto a lado nenhum, sempre pronta a mais uma luta.
Nas minhas voltas cruzei-me com pessoas que me acompanharam os passos. Duas delas encontraram-se comigo numa encruzilhada. Deram-me as mãos.

Nessa hora abençoada pelo Universo, percebi que esta encruzilhada marca um ponto do Tempo; para cada uma de nós, membros da Tribo, terá um significado diferente.
As minhas irmãs, amigas, companheiras, ajudaram-me a perceber o meu: para mim, chegou a hora de crescer, de dar em vez de receber, de caminhar na direcção da Luz.

Quem quer vir caminhar connosco?

O que nos faz caminhar

Existe uma semente que nos impele a despertar.

Podemos raramente reflectir sobre isso.
Podemos não ter informação, ou tempo, disponibilidade, aptidão... podemos percorrer os dias tal como um comboio, seguindo nos mesmos trilhos, abrandando nas mesmas paragens e com o destino de todos os dias à nossa frente.

Somos humanos.

Preocupamo-nos com o tempo que faz lá fora, com a roupa que vamos vestir. Sentimos o mesmo e conhecido aperto, a cada afastamento dos nossos filhos, porque já não os podemos proteger do mundo. Apaixonamo-nos, desapontamo-nos, choramos, erguemo-nos. Gostamos de alguns, invejamos outros. Gostamos de sair, estar com amigos, sentirmo-nos compreendidos, dançar, escutar ou falar, comer, rir, beber um copo. Ler, ver um filme, olhar para arte, sentir o sol, ou a chuva.

Somos humanos.

O que nos define, porém, é algo mais. É o sussurro que ouvimos baixinho, nos poucos instantes de silêncio que nos permitimos. É aquele que nos pertence e nos observa, impavidamente, sabendo que tudo passa, mesmo quando nos parecemos afundar. É a ânsia em nós de viver o mito e o sagrado, em vez do mundano, de vibrar num nível mais alto, mais próximo da "melhor versão de nós próprios".

Pois somos também humanos. Mas sobretudo somos seres divinos num caminho humano. A experienciar. A viver. Em busca da sua tribo, sempre a crescer. A querer dar o seu melhor, para o melhor do outro. E de todos.

Assim seja.

Nós começamos por aqui.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Nada acontece por acaso


E, por isso, esta Tribo nasce de uma fusão de energias que o Universo combinou para, numa série de acontecimentos que nos conduziram a uma hora específica num dia específico (que tive a honra de ser, simultaneamente, o meu dia de aniversário), se "descobrirem" e libertarem numa vibração que achámos deveria ser partilhada, como um rasgo de Amor Universal.

E, por isso, eis-nos aqui, cada uma na sua senda, no seu trilho, e num reencontro que se festeja de alma e coração abertos ao Mundo.
Light Princess