terça-feira, 15 de junho de 2010

É do caminho ou são os passos?

Se há algo que sinto - algumas vezes em mim - mas também em toda a gente, é que o trilho que percorremos não é, na maioria das vezes, aquele que sonhámos para nós! Mas será assim?

Nem sempre somos felizes com que fazemos, com o que temos ou com o que somos. E, nesses casos, podemos procurar fazer melhor, ter mais ou ser diferente. Ou então, fazemos o que sempre sonhámos, temos o suficiente, somos quem achamos que gostamos de ser. Mas ainda assim, o acordar é difícil. A antecipação do dia faz-se com pesar. E tudo parece uma correria louca, um jogo de equilíbrios entre tudo o que fazemos e tudo o queremos fazer. O que fazemos por culpa e o que não fazemos por falta de tempo.

E hoje de manhã questionei-me? Será do caminho ou dos passos que damos?
Serão as nossas escolhas as erradas? Ou somente a forma como as vivemos?

Ouvi tantas e tantas vezes - ama o que fazes, e rapidamente farás o que amas! Reconhece aquilo porque te sentes grata, no lugar de chorares o que não tens?

Mas quantas e quantas vezes nos esquecemos disto? Quantas vezes nos centramos no que não é, no que está mal, que não funciona? É tão fácil queixarmo-nos de não ter tempo. Mas quantas vezes nos questionamos sobre o que fazemos com o nosso tempo? Como o aplicamos? Como o vivemos? Damo-nos conta do aqui e do agora nas mais pequenas acções? Como a minha irmã guerreira dizia, no outro dia, o tempo vive-se!

Vives o teu?
Aprecia-lo?
Sentes grato/a?
Fazes o melhor que podes com aquilo que te é dado?
Reconheces a centelha divina de que és feito/a?
Ouves com respeito os desejos e desígnios da tua alma? Segue-los?

Seguir a nossa alma é o caminho! Mas quando os passos não são vividos, apreciados e não nos sentimos gratos por eles, é tempo de parar e esperar pela nossa sombra! E disfrutar cada segundo desse tempo!

5 comentários:

Pedro Ameida disse...

"Não é o resultado que importa, é o caminho". há muitos anos que aprendi que as centelhas de alma que somos não andam ao acaso. Consigo olhar para trás e dar significado a pequenos nada que me levaram a grandes momentos, grandes passos grandes pessoas.Penso que a questão não é seguir a nossa alma, é deixá-la ir. Seguir pressupõe que nos subjugamos a algo. Seguimos, somos liderados. Penso que a humanidade precisa simplesmente de se permitir viver o caminho, deixar-se ir, sem a passividade de espectador, mas com a vitalidade da alma/corpo consciente. Para caminharmos precisamos de abraçar a nossa história e só podemos chegar à luz se reconhecermos a nossa sombra. Somos um todo, luz e sombra, caminho e caminhante, fim e princípio. Há que olhar o caminho e fazer aquilo que podemos fazer melhor: caminhá-lo. Como dizia Fernando Pessoa "Pedras no caminho? Guardo-as todas. um dia vou construir um castelo." BB

Soul Priestess disse...

Pedro,
concordo em absoluto. Aqui, seguir é uma "figura de estilo". :)
Seguir a minha alma é, de facto, deixá-la ir! Mas para a deixar ir, tenho de a escutar, porque mil e uma vozes convergem dentro de cada um de nós, e nem todas estão de acordo.
Basta haver medo, para nem sempre nos permitirmos ouvir o amor.
Obrigada muito pelo fantástico comentário!
A tribo vai descobrindo os seus! :)

Lopes (Henda) disse...

Boa pergunta... às vezes não sei se estou no sítio certo ou se apenas estou a desdenhar daquilo que o divino me dá.

Amar o que fazemos, para fazer o que amamos... no fundo, para mudar algo, é preciso aceitar a sua natureza e perceber a sua função...

OK, tentarei!

Soul Priestess disse...

Lopes,
acho que é da natureza humana procurar sempre mais. Um dos seus maiores defeitos e, paradoxalmente, das suas maiores virtudes.

Sinto que, na maioria das vezes, é preciso parar e fazer uns ajustes... subir à montanha para perceber, ao ver a paisagem toda, que o vale onde habito é um lugar fabuloso!!!
Obrigada por teres passado aqui...

Light Princess disse...

Antes de mais, é extraordinário sentir que este blog começa a espalhar os seus "frutos", que é exactamente aquilo que desejávamos - por isso, agradeço os comentários ao texto.

Pedro, aquilo que mais prezo é exactamente a liberdade, porque me parece que sem ela nada respira, o amor não flui, a alma não cresce. Daí estar completamente de acordo com o deixar-se ir, em liberdade, em leveza.

Lopes, essas tuas perguntas faço-as tantas vezes a mim mesma... as respostas, muitas vezes, ainda não as encontrei. Mas o importante é que aceito que sou como sou e que tenho aquilo que tenho, mas que luto para me conhecer e me dar mais e mais. E ainda bem que não sou perfeita ;)