sexta-feira, 18 de junho de 2010

Together, one day


Ingénua. Aluada. Inocente. Crédula. (sussurros nas bocas dos outros)

Porque acredito que, como diz a música de que tanto gosto,

"one day we'll be together,
we'll never be apart,
one heart, one mind".

Daqui a anos-luz, talvez. Por certo não assistirei com estes olhos castanhos, mas a alma lá estará, regozijando-se, vibrando deste Amor que já tenho pelo Universo, pelo Todo que todos juntos somos.

Porque
"I believe in You"

lembrem-se...
"one day we'll be together
remember this old World
is Yours and Mine".

Um dia, olharemos uns para os outros e iremos reconhecer-nos como a grande Família que somos. Veremos as viagens da alma no centro do peito, em vez das capas com que nos cobrimos. Semearemos o respeito pelas diferenças, celebraremos o Amor recém-descoberto. E a Vida será Alegria e Paz. Se não acreditarmos e lutarmos... quem o fará?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Escolhas

Quando nos encontrámos, as 3 juntas, numa das muitas encruzilhadas que a vida nos apresenta, de imediato nos identificámos como sendo portadoras de diferentes essências de Luz: uma Princesa, delicada, aberta ao Amor e à Comunhão Universais, uma Shaman, sábia guia de reflexões e hábil condutora de energia, e uma Guerreira, ansiosa por Paz e pronta a abrir trilhos no desconhecido.

As minhas irmãs têm falado sobre os caminhos, os passos, as metas. Como alguém que ainda está longe do esclarecimento, opto por falar das escolhas.
Há quem diga que, antes mesmo de nascermos, de sermos incorporados no invólucro de carne que nos irá acompanhar nesta passagem pela Terra, os nossos caminhos já estão traçados.
Eu discordo. Não acredito que houvessem caminhos traçados para o mal, e no entanto todos conhecemos casos de pessoas os trilharam - e, o pior de tudo, com gosto.
Não, eu acredito que quando nascemos nos são proporcionados dons e habilidades; que o ambiente em que crescemos tem o seu peso na capacidade que temos de os usar; e que, em última instância, somos os únicos responsáveis pela forma como os usamos.

Há muito que me pautei por um caminho de respeito ao próximo, de lealdade àqueles que me apoiam e aos que dependem de mim, de sinceridade e frontalidade até mesmo na hora de assumir os erros.

Vim a descobrir mais tarde que estas balizas de referência que me habituei a seguir fazem há muito parte do Bushido, o Caminho do Guerreiro, habitualmente associado aos Samurai.
O desejo último do guerreiro é sempre a paz, mas para o conseguir está disposto a enveredar pelo caminho da força se sentir que isso é necessário. Nesse caminho deve integrar as sete virtudes do Bushido: Rectidão, Coragem, Benevolência, Respeito, Honestidade, Honra e Lealdade.

Não quer isto dizer que não me questione.
Não quer isto dizer que não tenha dúvidas ou desconforto.
Mas é, ainda assim, um caminho que posso proclamar que escolhi e que confio que me levará à Luz.
Sei que sou imperfeita, como qualquer humano o é. Questiono a validade das minhas opções e por vezes desejo ter escolhido de forma diferente em determinada altura. Pode perfeitamente acontecer que este mesmo caminho seja o que me levará mais tempo a atingir a iluminação espiritual.

É exactamente por isto que tento reflectir sobre o que sou, o que faço e o exemplo que dou. Nas minhas conversas com as minhas irmãs de caminho, partilhei com elas o meu desconforto. É que, da forma que vivo presentemente, vejo (com o coração) que demorarei muito tempo a alcançar a Luz, porque me sinto insatisfeita. Há desejos no meu interior que tento adormecer, atenuar, amordaçar. Desejos que sei que, acordados e libertos, me fariam (mais) feliz. Mas o respeito e lealdade a que me tenho obrigado comandam-me que os domine.

O Budismo, fortemente contido nas palavras do pensador Osho, recomenda que nos libertemos do desejo. De todo o desejo, pois este causa sofrimento.

Lamento - e peço desde já desculpas a todos os que seguem os ensinamentos de Osho - mas não concordo. Não vejo qualquer mal no desejo de sermos melhores no que fazemos; no desejo de fazer mais pelos outros; no desejo de ir mais longe. Desde que tudo isto não surja por pura vaidade e ambição de vã glória, não vejo mal absolutamente nenhum em desejar Ser e Estar mais próximo do Universo.
É aqui que eu estaco - por causa da teimosa lealdade que considero minha. Ser leal, para mim, não é apenas não magoar; é apoiar quem detém a nossa lealdade, mesmo que isso nos custe. Dizem-me que devo ser leal, em primeiro lugar, a mim mesma, pois ao aproximar-me mais da Luz terei mais para partilhar. Mas há muitas alturas em que a lealdade para com outros tem precedência, sobrepõe-se à que devo ter ao meu Ser, obrigada pelo sentido do Maior Bem para o maior número.

Sei que com isso não estou a dar um mau exemplo: que por vezes devemos sacrificar o nosso desejo pessoal, por muito honorável que seja, no altar do Bem Maior, que o benefício da comunidade deverá sobrepor-se ao do indivíduo.
Mas se o fizer, não estarei ao mesmo tempo a demonstrar que se deve negar a lealdade para com nós próprios se isso for bom para os outros? Que devemos se necessário deixar tornar mortiça a nossa luz interior se isso proporcionar um maior bem para "os nossos"?

É este o meu desconforto, a minha dúvida, o meu tropeço no caminho para a Luz: onde focar a primazia da lealdade?
No Eu, permitindo ao Ser maximizar e utilizar todos os dons que lhe foram facultados para prosseguir no caminho Universal? Ou nos Outros, colocando esses mesmos dons (ainda que privados de possibilidade de evolução) ao serviço do Bem para o maior número?
A lealdade não pode permanecer dividida, sob pena de se quebrar a favor de um dos lados, seja ele qual for. Quando quebrar, o outro lado irá sentir a perda. E questionar.

Tal como eu agora me questiono, insegura - e adio a escolha.

Aprender a ouvir-nos

Amo a experiência da Vida, e aquilo que ela me traz a cada dia.
A cada amanhecer, o nada, para preencher de tudo ao longo das horas que passam; a cada entardecer, o enriquecimento dos passos trilhados e da sabedoria acumulada.

Aos poucos, descobri que muitas vezes desejamos e activamente perseguimos metas e destinos que pensamos virem a ser oásis de felicidade no meio do deserto que nos parece ser a vida sem eles... por vezes, ao chegar ao destino ambicionado, acabamos por compreender que atraímos tão somente aquilo que o ego nos pedia, e que a satisfação dos sentidos dura apenas um momento, fugaz e leve.

Como sabemos, então, o que é certo ou errado para nós?
Bem, eu adoptei um método muito simples, mas muito verdadeiro (embora às vezes custe admitir a verdade das coisas): escuto o meu coração. Ele sabe o que me eleva e o que me trai o vôo. Conhece bem as minhas fraquezas e orgulha-se das minhas qualidades. Enfim, ele conhece-me como ninguém. E quando realmente páro para lhe dar voz, esta voz interior que me ressoa no peito, sei que a resposta será a mais certa para mim.

Por mais que queira fugir, por mais que o medo me possa tentar para caminhos mais fáceis, sei que mais cedo ou mais tarde o meu coração se fará ouvir, quando o ruído do Mundo o permitir. E aí estarei segura.

terça-feira, 15 de junho de 2010

É do caminho ou são os passos?

Se há algo que sinto - algumas vezes em mim - mas também em toda a gente, é que o trilho que percorremos não é, na maioria das vezes, aquele que sonhámos para nós! Mas será assim?

Nem sempre somos felizes com que fazemos, com o que temos ou com o que somos. E, nesses casos, podemos procurar fazer melhor, ter mais ou ser diferente. Ou então, fazemos o que sempre sonhámos, temos o suficiente, somos quem achamos que gostamos de ser. Mas ainda assim, o acordar é difícil. A antecipação do dia faz-se com pesar. E tudo parece uma correria louca, um jogo de equilíbrios entre tudo o que fazemos e tudo o queremos fazer. O que fazemos por culpa e o que não fazemos por falta de tempo.

E hoje de manhã questionei-me? Será do caminho ou dos passos que damos?
Serão as nossas escolhas as erradas? Ou somente a forma como as vivemos?

Ouvi tantas e tantas vezes - ama o que fazes, e rapidamente farás o que amas! Reconhece aquilo porque te sentes grata, no lugar de chorares o que não tens?

Mas quantas e quantas vezes nos esquecemos disto? Quantas vezes nos centramos no que não é, no que está mal, que não funciona? É tão fácil queixarmo-nos de não ter tempo. Mas quantas vezes nos questionamos sobre o que fazemos com o nosso tempo? Como o aplicamos? Como o vivemos? Damo-nos conta do aqui e do agora nas mais pequenas acções? Como a minha irmã guerreira dizia, no outro dia, o tempo vive-se!

Vives o teu?
Aprecia-lo?
Sentes grato/a?
Fazes o melhor que podes com aquilo que te é dado?
Reconheces a centelha divina de que és feito/a?
Ouves com respeito os desejos e desígnios da tua alma? Segue-los?

Seguir a nossa alma é o caminho! Mas quando os passos não são vividos, apreciados e não nos sentimos gratos por eles, é tempo de parar e esperar pela nossa sombra! E disfrutar cada segundo desse tempo!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quantidade vs Qualidade

"A quantidade prejudica a qualidade do nosso empenho."
Jonathan Haidt

Podemos receber muita informação, ler muitos livros, ter muitos mestres... mas se não dedicarmos um pouco do nosso dia a aplicar uma ínfima parte da teoria que aprendemos, teremos muito conhecimentos e muito pouca sabedoria.

Não é aquilo que sabes. É o que fazes com aquilo que sabes.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Passos pisados


Quando olho para trás, apercebo-me que passei grande parte do caminho e utilizei muita da minha energia fugindo de mim mesma.

Não o digo com culpa, até porque nenhuma criança de dez anos compreenderia um mundo invisível de presenças etéreas, energias não palpáveis e sussurros nos vãos das portas.

Mas, na verdade, corri por vielas mal iluminadas e caminhos ásperos para fugir deste medo de me assumir como sou, de perceber este destino que eu própria (sem o saber conscientemente) aceitei, talvez porque é difícil ser diferente, talvez porque é difícil ser "bruxinha" num mundo de regras tão rigidamente definidas.

Claro que o Universo, na sua perfeita sabedoria, e através de um processo de crescimento interior que continuo a percorrer, acabou por me fazer ver que não há forma de fugir aos nossos pés... por isso aqui me encontro, numa conversa comigo mesma há muito adiada, e numa tentativa de afastar a contínua insegurança de que me contamina um ego bem regado de temores.

Tenho muito a aprender, a absorver, a conhecer. Gosto disso, sempre gostei. Mas a minha maior inimiga sempre fui eu, a boicotar-me com inseguranças, das quais continuo (confesso) muito amiga.

Sei que é minha escolha nutrir-me ou não com aquilo que me engrandece, me alimenta, me faz voar, crescer, ser Maior, cumprir a minha missão. E todos os dias luto para afugentar as vozes que me sopram ao ouvido que não sou ninguém especial, porque sei que são apenas produto destes meus medos.

De coração aberto, quero (e escolho) ser feliz. Amar, e ser amada, em verdade, confiança e liberdade.

Quero dar o Amor Universal que sinto existir nesta minha alma errante.

Por isso, Universo... alumia-me!

O caminho menos percorrido

Um livro extraordinariamente lúcido, perfeito para quem se inicia neste caminho de recordar quem é, ou para quem já o percorre.

Fala de amor, de graça, de responsabilidade. E começa com esta tão simples frase: "A vida é difícil. "

Não como um drama, não como uma queixa. Somente como um dado adquirido, para que daí possamos criar o nosso melhor, assumir responsabilidade pelas nossas escolhas e por quem somos. Sem devaneios.
Integrar a espiritualidade no dia a dia. E percorrer o nosso único e tão especial caminho.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Tempo de...

Há quem se queixe de não ter tempo para nada - e quem se gabe de ter tempo para tudo e ainda sobrar.

Mas o Tempo não é algo que se tenha. Vive-se.
Flui à nossa volta se estivermos parados, sob a nossa quilha se decidirmos navegar ao seu sabor.
Quem já se tenha apercebido desta verdade - de que não somos donos do Tempo - sabe que ele é universal, abrange tudo embora de formas diferentes.
É assim que há um tempo para cada coisa, para cada lugar. Podemos é - nós, os ainda não esclarecidos - não saber o quando ou o onde.

Ser um não esclarecido não é um defeito: é uma condição remediável, a da ignorância em relação a certas questões. E, tal como a ignorância em geral, pode ser colmatada com vontade própria e muitas vezes com ajuda dos outros.

Atarefada com tantas coisas que dizia não ter tempo, fui como o Coelho Branco da Alice, correndo de um lado para o outro sem chegar de facto a lado nenhum, sempre pronta a mais uma luta.
Nas minhas voltas cruzei-me com pessoas que me acompanharam os passos. Duas delas encontraram-se comigo numa encruzilhada. Deram-me as mãos.

Nessa hora abençoada pelo Universo, percebi que esta encruzilhada marca um ponto do Tempo; para cada uma de nós, membros da Tribo, terá um significado diferente.
As minhas irmãs, amigas, companheiras, ajudaram-me a perceber o meu: para mim, chegou a hora de crescer, de dar em vez de receber, de caminhar na direcção da Luz.

Quem quer vir caminhar connosco?

O que nos faz caminhar

Existe uma semente que nos impele a despertar.

Podemos raramente reflectir sobre isso.
Podemos não ter informação, ou tempo, disponibilidade, aptidão... podemos percorrer os dias tal como um comboio, seguindo nos mesmos trilhos, abrandando nas mesmas paragens e com o destino de todos os dias à nossa frente.

Somos humanos.

Preocupamo-nos com o tempo que faz lá fora, com a roupa que vamos vestir. Sentimos o mesmo e conhecido aperto, a cada afastamento dos nossos filhos, porque já não os podemos proteger do mundo. Apaixonamo-nos, desapontamo-nos, choramos, erguemo-nos. Gostamos de alguns, invejamos outros. Gostamos de sair, estar com amigos, sentirmo-nos compreendidos, dançar, escutar ou falar, comer, rir, beber um copo. Ler, ver um filme, olhar para arte, sentir o sol, ou a chuva.

Somos humanos.

O que nos define, porém, é algo mais. É o sussurro que ouvimos baixinho, nos poucos instantes de silêncio que nos permitimos. É aquele que nos pertence e nos observa, impavidamente, sabendo que tudo passa, mesmo quando nos parecemos afundar. É a ânsia em nós de viver o mito e o sagrado, em vez do mundano, de vibrar num nível mais alto, mais próximo da "melhor versão de nós próprios".

Pois somos também humanos. Mas sobretudo somos seres divinos num caminho humano. A experienciar. A viver. Em busca da sua tribo, sempre a crescer. A querer dar o seu melhor, para o melhor do outro. E de todos.

Assim seja.

Nós começamos por aqui.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Nada acontece por acaso


E, por isso, esta Tribo nasce de uma fusão de energias que o Universo combinou para, numa série de acontecimentos que nos conduziram a uma hora específica num dia específico (que tive a honra de ser, simultaneamente, o meu dia de aniversário), se "descobrirem" e libertarem numa vibração que achámos deveria ser partilhada, como um rasgo de Amor Universal.

E, por isso, eis-nos aqui, cada uma na sua senda, no seu trilho, e num reencontro que se festeja de alma e coração abertos ao Mundo.
Light Princess