quarta-feira, 2 de junho de 2010

O que nos faz caminhar

Existe uma semente que nos impele a despertar.

Podemos raramente reflectir sobre isso.
Podemos não ter informação, ou tempo, disponibilidade, aptidão... podemos percorrer os dias tal como um comboio, seguindo nos mesmos trilhos, abrandando nas mesmas paragens e com o destino de todos os dias à nossa frente.

Somos humanos.

Preocupamo-nos com o tempo que faz lá fora, com a roupa que vamos vestir. Sentimos o mesmo e conhecido aperto, a cada afastamento dos nossos filhos, porque já não os podemos proteger do mundo. Apaixonamo-nos, desapontamo-nos, choramos, erguemo-nos. Gostamos de alguns, invejamos outros. Gostamos de sair, estar com amigos, sentirmo-nos compreendidos, dançar, escutar ou falar, comer, rir, beber um copo. Ler, ver um filme, olhar para arte, sentir o sol, ou a chuva.

Somos humanos.

O que nos define, porém, é algo mais. É o sussurro que ouvimos baixinho, nos poucos instantes de silêncio que nos permitimos. É aquele que nos pertence e nos observa, impavidamente, sabendo que tudo passa, mesmo quando nos parecemos afundar. É a ânsia em nós de viver o mito e o sagrado, em vez do mundano, de vibrar num nível mais alto, mais próximo da "melhor versão de nós próprios".

Pois somos também humanos. Mas sobretudo somos seres divinos num caminho humano. A experienciar. A viver. Em busca da sua tribo, sempre a crescer. A querer dar o seu melhor, para o melhor do outro. E de todos.

Assim seja.

Nós começamos por aqui.

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