quinta-feira, 7 de julho de 2011

Caminhada

Longo foi o caminho que me trouxe de volta.
Trilhos tortuosos na densa floresta que afinal sou eu vista por dentro, tão obscura em alguns sítios onde a Luz não tinha ainda chegado...

Palmilhei-os todos, da negação à aceitação passando por todas as fases, as negras e as luminosas, da dor de crescer à força.
Da floresta emerjo com os pés cansados e feridos, a alma ainda gotejante de sangue e suor, a boca seca ansiosa por dessedentar-se na água límpida de um riacho.

No limite da floresta reencontro a luz do dia, que me acolhe e me faz pestanejar. Sei que passaram muitas luas sem que sentisse na pele o mesmo sol, a mesma aragem. É tempo de regressar para junto dos que povoam o vale da Luz, para junto das minhas irmãs que me esperam com os corações confrangidos pela minha ausência... pelo meu silêncio.
Terei muito para contar quando chegar junto delas. Ainda tenho um longo caminho a percorrer, mas desta vez plano e rumo a um lugar acolhedor.

Vou regressar a casa.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Revisitar

Não sei a côr da nostalgia de revisitar os cantos carcomidos pelo pó.
Sei apenas que de repente as minhas letras quiseram instalar-se aqui.
Procuro-lhes um espaço onde não façam dano. Veremos.

Por fora, para fora dos olhos do rosto, imutável segue a paisagem.
Por dentro, onde moram os olhos da alma, segue incessante a viagem.
A que me propus empreender, a que me faz sentir respirar mais e melhor a cada momento, a cada obstáculo transposto, a que me perspectiva até no meio do caos e da dor.

E aí me vou recolher de novo.
Vai-se o fantasma, fica o perfume do corpo que por aqui levemente se passeou.