quinta-feira, 7 de julho de 2011

Caminhada

Longo foi o caminho que me trouxe de volta.
Trilhos tortuosos na densa floresta que afinal sou eu vista por dentro, tão obscura em alguns sítios onde a Luz não tinha ainda chegado...

Palmilhei-os todos, da negação à aceitação passando por todas as fases, as negras e as luminosas, da dor de crescer à força.
Da floresta emerjo com os pés cansados e feridos, a alma ainda gotejante de sangue e suor, a boca seca ansiosa por dessedentar-se na água límpida de um riacho.

No limite da floresta reencontro a luz do dia, que me acolhe e me faz pestanejar. Sei que passaram muitas luas sem que sentisse na pele o mesmo sol, a mesma aragem. É tempo de regressar para junto dos que povoam o vale da Luz, para junto das minhas irmãs que me esperam com os corações confrangidos pela minha ausência... pelo meu silêncio.
Terei muito para contar quando chegar junto delas. Ainda tenho um longo caminho a percorrer, mas desta vez plano e rumo a um lugar acolhedor.

Vou regressar a casa.

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